O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que os preços dos alimentos devem se acomodar em 2025, mesmo que ainda permaneçam em patamares elevados. Durante uma entrevista à Rede TV, Haddad destacou que o governo está analisando diversas medidas para estabilizar os preços e garantir a segurança alimentar da população. Essa afirmação surge em um contexto de preocupação com a inflação e os custos de vida dos brasileiros.
Haddad também mencionou que o governo está considerando a redução do uso de grãos na produção de combustíveis. A proposta faz parte da “Lei do Combustível do Futuro”, que permitirá ao Conselho de Política Energética ajustar a utilização de grãos para a produção de biocombustíveis, levando em conta a inflação. No entanto, ele ressaltou que essa é uma questão técnica que requer mais estudos antes de qualquer decisão ser tomada.
O governo está explorando uma série de medidas para reduzir os preços dos alimentos. Uma das sugestões do ministro da Casa Civil, Rui Costa, é a diminuição do imposto de importação sobre produtos que estão mais baratos no exterior. Essa estratégia visa aumentar a competitividade e facilitar o acesso a alimentos a preços mais acessíveis para a população brasileira.
Além disso, Haddad expressou sua preocupação com a taxa de juros, especialmente após o Banco Central elevar a Selic para 13,25% ao ano. Ele alertou que taxas de juros muito altas podem ter um efeito adverso sobre o crescimento econômico, que está projetado para cerca de 2,5% neste ano. O ministro enfatizou que, embora o Banco Central tenha profissionais competentes, erros podem ocorrer, e é importante encontrar um equilíbrio nas políticas monetárias.
O Brasil registrou em 2024 a menor taxa média de desemprego da série histórica, segundo dados do IBGE. Essa informação é um sinal positivo para a economia, mas Haddad reconhece que a inflação e os preços dos alimentos ainda são desafios a serem enfrentados. O governo está comprometido em implementar políticas que promovam o crescimento econômico sustentável e a estabilidade de preços.
Em relação à política comercial, Haddad comentou sobre a possibilidade de os Estados Unidos sobretaxarem produtos brasileiros. Ele argumentou que essa medida poderia, paradoxalmente, beneficiar o Brasil, aumentando as exportações para os EUA. No entanto, ele ressaltou que ainda não há clareza sobre a política comercial que será adotada pelo governo americano.
O ministro da Fazenda também defendeu a regulação das grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs, e expressou otimismo em relação à colaboração com os novos presidentes da Câmara e do Senado. Ele acredita que, se o Brasil crescer de forma sustentável e controlar a inflação, o país pode alcançar uma situação econômica favorável até 2026.
Por fim, Haddad, frequentemente mencionado como um possível sucessor de Lula nas próximas eleições, afirmou que não está focado em 2026 neste momento. Sua prioridade é trabalhar para garantir a estabilidade econômica e o bem-estar da população brasileira, independentemente de sua futura posição política. A expectativa é que as medidas adotadas pelo governo contribuam para um ambiente econômico mais estável e próspero nos próximos anos.